Roteiro

Igreja Paroquial

Em termos de património edificado, o destaque vai para a Igreja Paroquial, consagrada a S. João Baptista.

Descrição

Situa-se na parte mais elevada da povoação. É do século XVIII, mais concretamente construída entre 1752 e 1762, segundo data inscrita na fachada principal e tem uma palmeira à sua direita.

Planta composta por nave única, retangular e capela-mor levemente reentrante, quadrangular, com sacristia igualmente quadrangular adossada a S.. Nave e capela-mor de igual pé-direito, com cobertura em telhado de duas águas, sacristia com cobertura em telhado de três águas. Fachadas rebocadas a branco mantendo embasamento, vãos, cunhais apilastrados encimados por pináculos e cornijas em silhares graníticos. Frontispício orientado, em empena truncada rematada por sineira de dois arcos. Portal de vão reto ornado por molduras e cartela central com data inscrita «1762» e encimado por frontão interrompido de volutas, que enquadram nicho central. O nicho é rematado superiormente por frontão curvo e ladeado por pináculos. Dois óculos galbados flaqueiam o frontão. O alçado N. apresenta dois panos na nave, cegos, e fresta na capela-mor. Compõem o alçado E. dois panos cegos, correspondendo à capela-mor e sacristia. O alçado S. é rasgado por três vãos: fresta na sacristia, janelão de padieira curva e avental ornado na nave, e ainda porta de acesso lateral à nave. O acesso exterior à sacristia faz-se por porta virada a O ostentando data gravada na padieira «1860». 

No INTERIOR, com correspondência face ao exterior, o coro, em madeira, com escadas do lado da Epístola, apoia-se em guarda-vento também em madeira, dotado de vidros a azul e branco. A nave tem pavimento em madeira, paredes rebocadas a branco e teto em abóbada de berço, de caixotões, dez dos quais, junto ao arco triunfal, pintados com imagem dos Apóstolos e quatro pintados a azul, vermelho e rosa, com motivos auriculares. Púlpito do lado do Evangelho e porta de acesso ao exterior no lado da Epístola, lado em que uma janela proporciona luz. Sobre a porta, moldura em madeira enquadra imagem pintada da Anunciação. Par de altares laterais de talha pintada a azul marmoreado com ornatos dourados. Do lado do Evangelho, altar colateral de talha dourada e bom labor, ornado a azul e integrando cabeças de anjo e altar colateral do lado da Epístola, mais recente, e de pior fábrica. Arco triunfal, pleno, sobre pilastras, capela-mor com janela do lado do Evangelho de onde provém luz exterior e janela e porta do lado da Epístola, esta de acesso à sacristia. Pavimento em lajes graníticas, paredes rebocadas a branco com lambril pintado a cinza e teto em abóbada de berço com caixotões orlados a ouro e pintados a azul, vermelho e rosa, com os símbolos da Paixão enquadrados por motivos auriculares. Altar-mor em talha ornada a azul e ouro com decoração em volutas e motivos auriculares, com nicho central para o trono, ladeado por 2 pares de colunas, que enquadram 2 mísulas com respetivas imagens. A sacristia, de paredes rebocadas a branco e teto recente, guarda interessante altar das Chagas ornado a azul, vermelho e ouro, com motivos auriculares e tábuas pintadas com paisagem urbana (Jerusalém Celeste?).

Acessos

Largo Central; Rua da Igreja

Enquadramento

Urbano, virada ao eixo viário principal de sentido NO./SE. que atravessa e estrutura a sede de freguesia. Ergue-se na área mais elevada da povoação e em torno do edifício organizou-se um largo, hoje empedrado, delimitado a S. por casa de boa traça e a E. por um edifício rural de proporções graciosas e equilibradas. Para S. um murete sustentando gradeamento férreo delimita pequeno adro ajardinado*1.

Utilização Inicial  e atual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Bragança - Miranda)

Época Construção

Séc. 18

Cronologia

Época medieval - provável edificação; 1320 - 1321 - referência à Igreja de Roios (MORAIS, 1986:8); séc. 18, 1ª década - referência à «Igreja Paroquial da apresentação do Abade da Vila [Flor]» (COSTA, 1706); séc. 18, 2ª metade (1752 a 1762) - época de construção do templo, segundo data inscrita no frontispício, incluindo pintura de tetos e aposição de altares*2; 1860 - reformas no edifício com edificação da atual sacristia conforme data inscrita na padieira. A esta época poderá corresponder a deslocação do altar das Chagas para a sacristia e a colocação de altar colateral novo na nave bem como reedificação do arco triunfal.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Granito, telha, vidro, madeira, talha dourada e polícroma.

Bibliografia

COSTA, P. e António Carvalho da, Corografia Portuguesa..., 1706; MORAIS, Cristiano, Cronologia Histórica de Vila Flor 1286-1986, Vila Flor, 1986; MORAIS, Cristiano, Roteiro de Vila Flor, Vila Flor, 1988.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Observações

*1 - Como nota curiosa registe-se que no adro ajardinado se ergue esguia e alta palmeira que assinala de toda a povoação o lugar da igreja; *2 - Monógrafo refere «1752 - é reconstruída a igreja de Roios» (MORAIS, 1986: 16).

 

 

Capela da Senhora da Graça

Descrição

Planta composta por nave única e capela-mor reentrante, retangulares, com sacristia quadrangular adossada ao pano da capela-mor, a E.. Nave e capela-mor de igual pé-direito, com cobertura em telhado de duas águas, sacristia de pé-direito menor, com cobertura em telhado de uma água. Fachadas rebocadas a branco mantendo embasamento, vãos, cunhais apilarados encimados por pináculos e cornijas, em silhares graníticos. Frontispício orientado a S., em empena rematada por sineira de um arco. Portal de vão reto flanqueado por pilastras galbadas e encimado por frontão curvo ornado por volutas que enquadram peanha rematada por cruz latina. O frontão é enquadrado por dois óculos em quadrifólio e encimado por nicho. O alçado O. apresenta porta na nave e, na capela-mor, elegante janelão ornado, com data inscrita "1780 A". O pano posterior da capela-mor é cego. No alçado E., rasga-se na sacristia janela com verga de arco pleno e avental, e no pano da nave abre-se acesso fronteiro à porta da fachada O.. 

No INTERIOR, com correspondência face ao exterior, o pavimento é em lajes graníticas, as paredes rebocadas a branco com lambril a azul. Teto da nave, em cimento, acompanhando a inclinação das duas águas do telhado. Porta de acesso, em cada um dos alçados, jorrando a luz dos dois óculos do frontispício e do janelão da capela-mor, rasgado no lado do Evangelho. Púlpito na nave, deste mesmo lado, com guarda em talha polícroma a azul, vermelho e ouro. Arco triunfal, pleno, sobre pilastras. Capela-mor com porta do lado da Epístola, de acesso à sacristia. Teto em abóbada em madeira. Altar-mor em talha ornada a azul, ouro e vermelho, integrando figuras de anjo, volutas, acantos e motivos auriculares. A sacristia, de paredes e teto rebocados a branco, com nicho na parede posterior e janelão a E., guarda dois missais, um dois quais, datado de 1683, em muito bom estado de conservação.  

Acessos

Largo no extremo S. sede de freguesia, à entrada do aglomerado pelo único acesso rodoviário: EM 608-1.      

Enquadramento

Urbano. A capela ergue-se destacada e isolada numa plataforma sobranceira à ribeira que atravessa o aglomerado. Ao adro, empedrado e murado, acede-se franqueando portão. Em redor avulta casario recente de construção destoante. Para N. desenvolve-se a aldeia, galgando a encosta. Compõem o horizonte cumeadas pouco vigorosas e florestadas.      

Utilização Inicial e atual

Religiosa: capela             

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Bragança - Miranda)            

Época Construção

Séc. 18 

Cronologia

Séc. 18, 1.ª década - referência a uma ermida em Roios (COSTA, 1706); séc. 18, 2ª metade - época de construção do atual edifício atendendo às características estilísticas e a data inscrita em janela (1780); séc. 20, 2ª metade - reformas no edifício incluindo substituição de coberturas e tetos.             

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes           

Materiais

Granito, telha, vidro, madeira, talha dourada e polícroma, cimento.     

Bibliografia

COSTA, Pe. António Carvalho da, Corografia Portuguesa..., 1706; MORAIS, Cristiano, Cronologia Histórica de Vila Flor 1286-1986, Vila Flor, 1986; MORAIS, Cristiano, Roteiro de Vila Flor, Vila Flor, 1988.          

Observações

*1 - descaracterizada. Em 1844 "D. Maria Angélica Pinto de Magalhães, natural de Roios, deixava no seu testamento...à Senhora da Graça 24.000 reis para a compra de um cálice." (MORAIS, 1986: 22). Em 1905 "morre em Roios Pedro Gomes de Magalhães Pegado e é sepultado na capela da Senhora da Graça" (MORAIS, 1986: 28).              

 

 

Sede da Junta de Freguesia

 

Lavadouros

 

Fontanário "O Marco"

 

Bebedouro das Bestas

 

Forno do Povo

 

Polidesportivo

 

Escola Primária

 

Parque Infantil

 

Centro de Dia

Santa Casa da Misericórdia de Vila Flor

 

Fonte da Sr.ª Graça

Construída em pedra, tem porta e escadas.

 

Ribeira da Senhora da Graça

 

Fraga do Castelo